28.7.09

As caras do centrão

Tem dias que o centrão da Babilônia está endiabrado. Toda a feição com a qual se cruza parece sinistra, de quem está indo pra virar a história e ir pras cabeças. A urgência no olhar e nas passadas que te atropelam na calçada. A Rota de um lado, os crackeiros amotinados de outro, a força tática mais a frente, os moleques embaixo do teu pé pedindo uma moeda e os nigerianos no seu mundo próprio de quem se sabe intocável. O ar é violento e quem se amedronta corre pra casa enquanto uma rapazeada pede mais uma cerveja. Tudo divido. Tudo normal.

O ódio aumenta na mesma velocidade com que os imóveis se valorizam.

23.7.09

Todo o amor que houver nessa vida...

Ouvindo rádio, qualquer música ou frequência e eis que está lá o tal do amor. Poucas sobre o amor contente e muitas que cantam o amor infeliz. Traições, ciúmes, rejeição e principamente o abandono nosso de cada relacionamento. Difícil pensar em um tempo em que as relações finalmente podem acompanhar o amor. Quando ele existe somos um. Quando ele acaba, cada um vai para o seu lado buscar novas paixões. Uns sofrem mais outros menos. Mas de qualquer forma passa e seguimos nossas vidas novamente como quase indivíduos que somos.

As gerações que nos precederam passaram pouco ou nada por esse sempre constante movimento do nascer e morrer do amor. Quantos rompimentos amorosos minha vó viveu? Quantos domingos ela chorou no sofá com saudades de um amor que se foi e que não mais lhe enche a vida - e o domingo- de alegria? Quantos homems ela mandou embora e quantos a mandaram embora de suas vidas?

Nós temos que lidar com o sempre recomeço e com a tarefa de reconhecer o amor em suas muitas e não definitivas formas. O amor de um dia, de um mês ou de anos...
São sempre amores, sofridos e generosos como devem ser.

"Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar."