7.10.11

Sequindo como sou

Um belo dia acordo mulher... Aposto que muitas já tiveram essa impressão. Os anos passam, as coisas vão se transformando aos poucos. Mas parece que um dia dá um estralo... Carai vou fazer 30 anos!

As molecagens continuam meio parecidas. Mas a postura é outra. Me sinto tão dona de mim e das minhas vontades que penso que talvez isso seja a felicidade. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza... Mas feliz com as próprias escolhas, feliz de não ter engordado 30 quilos, feliz de não ser a tiazinha que eu achei que seria. É difícil imaginar o que é ser mulher! É tão único que só pode ser vivido. Não ter extremos e entender que o processo da vida é que bonito porque ela não chega em lugar nenhum mesmo. Entender fases boas e ruins sem sair do eixo, apenas com serenidade para não deixar o barco desandar. A praia com breja gelada vai chegar logo mais. Só não vá se perder por aí.

De bem com minha feminilidade que não é a da minha mãe e não é da minha filha, vou seguindo como sou, e vou sendo como posso

E eu só posso ser mulher!

20.4.11

Seguimos então...

Quero mais uma cerveja. Quase deu. Talvez mais uma para terminar a festa. Nesta festa a noite foi intensa com direito a tudo: houve risadas, ameaças de choro, música, lembranças, danças. Divertidíssima. Só que nesta festa, só eu pude entrar. Eu era a única convidada. Não importavam os outros da forma mais simples: não posso me preocupar com os que não estão aqui. Decidi e ponto.
Coloquei um chinelo e fui ao mercado 24 horas. São quase quatro. Animada. Coloquei um chinelo pelo menos três números maiores que o meu pé. Agora eles existem na minha casa. Assim como às vezes as coisas mudam de lugar sem que eu interfira. Talvez pudesse me irritar... Mas me encanta profundamente.
Por muito tempo fui sozinha. Morava com um gatinho que sempre me trouxe vida (as plantas não sobreviveram... não aprenderam a miar...) pelo simples fato de mover-se pela casa e me exigir determinadas coisas. Só se mantém algo vivo por perto com muita troca. Mas ele nunca aprendeu a acender a luz e quando resolve que algo não está bem em um lugar, o derruba. Simples.
Agora me divido de novo... entre o que sou para mim e o que sou para ele. Às sou eu, mas sou mais... Sou o que eu gostaria de ser... satisfeita. Louca para compartilhar.Amar.
E de vez quando sou menos... sinto falta de mim. Não faço idéia de onde vem, mas sinto que estou me perdendo... Tenho saudades só de mim. Demorei tanto a gostar de minha companhia...
Foi maravilhoso descobrir porque tanta gente topa sobreviver nesse mundo. A maioria em condições que não consigo nem comparar com a minha. Elas se amam. Todo mundo quer sobreviver porque se ama e ama alguém. As sociedades tribais são de base familiar. Vivem e se perpetuam porque um cuida do outro e assim não se adoece de tristeza de forma tão comum. Nossa sociedade está triste. Eu fui muito triste. Serei para sempre muito triste. Mas minhas famílias me amparam. E assim eu também decido ficar. Por mim e por elas...
... e por ele em especial. De repente sou de uma mulherzice... decidi ficar mesmo. Quero filhos. Meu Deus! É a idéia e vontade mais doida que eu já tive na vida. Hoje eu entendo porque eu já quis morrer. E agora não entendo porque quero deixar nascer. Mas quero. E não preciso que nasça na minha barriga. Preciso dele no meu coração.
Sou triste mas aprendi a ser alegre. Agora já posso compartilhar.