16.10.08

Dia dos Profê

Pois é minha gente... Eu sei que foi ontem, mas a vida anda bem corrida.
Tripla jornada, e olha que eu nem entrei no baby boom mais conhecido como efeito "Lulão". Mas enfim, ontem recebi recadinhos, minha mãe me ligou dando parabéns, o pessoal do grupo de estudo mandando parabéns para todo mundo... daquele jeito.

Bom, aproveito então para lembrar de um puta professor que me deu aula quando eu estava na sexta série: o Claitão japonês. Professor de inglês. Nunca aprendi grande coisa, sempre odiei aprender inglês, como odeio do fundo do meu coração até hoje. Mas ele era jovem, legal e trazia um monte de músicas bacanas. Foi nos ensaios de uma apresentação de fim de ano no qual, para meu desespero, teríamos que cantar em inglês que ele nos intervalos tocava músicas do Língua de Trapo. Ele me ensinou a tirar sarro da bossa nova, que é muito mais útil do que saber inglês. Cantava em ritmo de João Gilberto uma musiquinha qua começava "cagar é bom, quando a gente está em paz..."

Alguns aninhos depois, comecei a namorar um amigo dele, parceiro de banda. E o Língua de Trapo continuou animando minha vida mas agora nas rodas de fogueira em algum fundo de mato em Piedade. Com vinho vagabundo, claro.

Bom acho que já falei disso aqui, mas o fato é que de todas as músicas que ele cantava, a mais legal de todas era Deusdéti. Ele fazia um sotaque a la Piedade impagável. Muito pior do que o meu.
Saudades do Claitão. Casou, ficou um pouco atrapalhado em decorrência do tempo vivido no toyotismo in loco... mais um imigrante. Mas agora está lá em Piedade. O mesmo anjo da depressão, como costumávamos chamá-lo.

E o melhor, peguei a cifra de Deusdéti. É a típica música de roda de violão e fogueira, ou seja, músicas para quem não sabe tocar violão. Só tem 3 acordes. Apesar de já ter passado um pouco da idade, lá estou eu com meu violão tentando tirar a música. O Che adora.

Deusdéti

1ªparte (Falada)

Acho que foi num dia de São João Batista que conheci Deusdéti
Nesse tempo eu já era Marquexista e ela ainda ia em discoteque
Tentei de tudo, até lavagem cerebrár, meu saco tá que não guenta
Mas nem o Pinochet é tão radicar.Êta muiézinha lazarenta
Igual Deudéti, juro por Deus, não existe
A marvada só lê Capricho e livro da Agatha Cristie
Além do mais é metida a grã-fina, adora homem com
Fedor de gasolina que sina, que sina,
Em veis de ela estudá os pobrema da guerrilha urbana
só quer saber de escuitar música americana estrambólica
Também, a mãe é da liga das Senhoras Católicas
E o bode véio do pai é da Opus Dei
Não sei, não sei
Como é que eu vou sair dessa enrascada
Só se eu pegar o pai e mãe da danada e fazer papér de fachistão:
vendar os óios e carcá fogo num paredão
Só que eu tô ficando cheio de fole, virando um caboclo de coração mole
No lugar de apoiar a luta armada, fico fazendo verso pra namorada
Mas pra encurtar o caso, que nóis aqui temo prauzo prá terminar vamo cantar.

2ªParte (Cantada) Intro:(G D)

Se o nosso amor for logo, logo pras cucuia
A curpa é tua Deudéti
Enquanto eu falo o tempo todo em Che Guevara
Ocê freqüenta o "Tamatete"
Se o meu partido desconfiar qu'eu te namoro virge, porca miséria
Vamo passar toda nossa Lua-de-Mel quebrando gelo na Sibéria

Não pude, não pude
Não pude ir jantar com você no Maquesude

Ocê só pensa em champanhe, caviar e noutros produtos chiques
Esquece sempre que o seu futuro noivo é do Partido Bolchevique
Tem certos dias que me dá um nó na garganta
Daqueles bem morfético
Porque você rejeita o materialismo dialético

Não pude, não pude
Não pude ir jantar com você no Maquesude

5 comentários:

Bia disse...

É essa música é massa mesmo!!
Datada!! Da época que o maquesude era grandes coisa!!
Muito boa lembrança!!

bjão

Angelamô disse...

HAHAHAHA
Morfético rimando com dialético.

Dá até pra ouvir o sim do "t"do sotacão de piedade!

Beixus

Lia Kayano Morais disse...

que bom saber que você tá correndo, tá lembrando, e ainda machucando um violão. um beijo enorme e saudoso

Paulo Salvetti disse...

Oi Cá...estive lendo suas coisinhas ...saudade enorme de você. Beijo no coração!

? disse...

Eita!! Que saudade disso!!!
Tem uma outra "crássica" que vinha logo em seguida, que é: "me deu casa, comida e uma estrela do pt! Eu gostei tanto dele ter me dado a estrelinha que um dia comi ela com farinha!!" hehe... lembra?
bjo.