Naqueles dias vida de operário completa, não pode mesmo faltar a novela no fim do dia. É impressionante como ela cabe perfeitamente: dia corrido, pensando em tudo o tempo todo, cansada, comendo alguma porcaria e deixando que o autor da novela pense pela gente. Chega da nossa vida! Ela está um saco hoje! E dá-lhe assistir a saga da vida dos outros...
Ontem assisti novela. Ontem lembrei quem era o canalha do Manoel Carlos. E além dos dramas da elite carioca, o que mais me deixa puta é ele pegar músicas que eu gosto e colocar na abertura da novela. Vira associação direta, essa é a função. Escuta-se a música e o que vem na cabeça é a novela. Droga, bem o Vinicius... Tudo bem que bossa nova e novela das oito tem uma certa proximidade mesmo. Mas mesmo assim, para mim estragou mais um música...
Segue a dita cuja. Vou registrá-la antes que ela deixe de ser uma lembrança da adolescência e vire definitivamente o tema da novela bunda das oito. Com negros ou sem negros como protagonistas, Manoel Carlos segue como um dos maiores e mais influentes reacionários do horário nobre da televisão brasileira.
Sei lá a vida tem sempre razão
Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.
Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.
A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.
De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.
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3 comentários:
COMPANHEIRA,
Ontem a noite pensei a mesma coisa!!!
Morram manoel carlos e quem escolhe os temas de novela!!
negra? a Taís Araujo? sei...
"Vamos a buzios, abrimos um bom vinho tinto, caminhamos na praia... Sabe? O amor vale a pena! basta que estejamos bêbados..." (trecho baseado nos cliches de Maneco e no uso abusivo de sujeito oculto, característico do autor)
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