No mundo de hoje, em que o discurso da liberdade é utilizado para justificar as maiores barbáries contra aqueles que por questões estruturais e conjunturais (sendo a última instância das mais frágeis e suscetíveis, dada a eterna busca por segurança em meio a liberdade obrigatória do capitalismo) não podem se beneficiar da tão sonhada individualidade resultante do "ser livre" para consumir, custe o que custar, e sem pensar em ninguém, apenas no "eu". Diante disso, de tão deturpada e maléfica visão sobre o que é ser um indivíduo pleno e apto a realizar suas vontades, qual é o limite da solidariedade e do individualismo? Até onde podemos ir? Qual é a moral que cada grupo cria e impõe sobre companheirismo e ajuda mútua? Por que criticamos e ao mesmo tempo praticamos o cristianismo que coloca humanitarismo e amor ao próximo no mesmo patamar, exatamente ao lado de martirização e sacrifício? Por que para ser um sujeito altruísta, temos que carregar a dor, as escolhas do outro?
Por que eu não posso simplesmente assumir que eu não escolhi determinadas coisas para mim e portanto não tenho a mínima vontade de arcar com as consequências do que o outro assumiu?
Ou melhor: Que moral torta e hipócrita travestida de solidariedade nós, os ditos setores "pra frentex" da sociedade estamos criando?
Será que entendemos o que pode ser a liberdade de fato, ou lutamos com armas conservadoras e opressoras reproduzindo o mesmo mal? O mal da falsa comunidade, da união por coerção, da não possibilidade de simplesmente falar NÃO.
São questões que agora me atormentam... tudo isso são apenas dúvidas. Mas mesmo sem resolver nada de concreto, de manter os problemas sem uma resolução a príncipio, tenho exercitado a prática do falar não... tem doído bastante, é difícil não querer ser boazinha o tempo todo. Porém, para mim, tornou-se um dos exercícios mais fundamentais de liberdade...
Falar não e ficar bem, tranquila com sua própria consciência, é muito mais difícil do que falar sim, mesmo sem uma vontade verdadeira. A primeira atitude é mais honesta, mas também mais dolorida. A segunda, mesmo exigindo sacrifício e desprendimento é mais prática. Mas são enormes as chances de que, num momento de fúria, o sim vire um regozijo de puro ódio e amargura, capaz de criar frases como: Seu ingrato,eu que fiz tanto por você!
Diante disso, penso então que para mim, antes egoísta do que bancária, acumuladora de favores a serem descontados.
Afinal, das formas como podemos atuar no mundo, resta a pergunta: Fazes realmente pelo outro, ou apenas por si, por sua própria vaidade mediada e realizada no outro?
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2 comentários:
Cachó
To com saudades, já estou aqui, mais alguns dias e... em liberdade condicional.
Bj, saudades mesmo!!!
eita Cassita...
quantas interrogações provocadoras muié...
tenho milhões de novidades pra te contar... e nem sei se é vaidade ou se faz sentido verdadeiramente para mim, mas parto para Itaberá na próxima semana...qdo voltar, vou pra Iperó, e no final do mês vou pra Apiaí... num pré assentamento...
precisamos nos ver... vc vem nesse final?
tenho uma nova paixão, hahahahaha
bitocas :)
mari
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