28.4.08

Virada atravessada

A virada agora aconteceu... De verdade. Vi coisas, gente, ri pra caramba, chorei também. Enfim, sentindo tudo demais, de cabeça e cara cheia .
Bom, mas apesar de ter visto muita coisa, gostei mesmo foi da Inezita Barroso. Chorei mesmo. Por tudo o que ela me trouxe.
A Inezita é uma personagem que permaneceu presente em toda a minha vida. Praticamente lembro dela desde que eu me lembro de mim. Meu avô, a figura masculina da minha vida adorava o programa dela. Assistíamos juntos ao "Viola Minha viola". Lembrei também dos primeiros dias aqui em São Paulo. Como me trazia tristeza ver a Inezita e pensar o quanto tudo tinha mudado. E, em tempo, o quanto eu não tinha a menor idéia se estava ou não fazendo a coisa certa.
E por fim, chorei mesmo quando pensei nas minhas manhãs de domingo. Pensei no amor que nunca foi meu, mas que me fazia companhia, que tantas vezes assistia a moça comigo. Mais uma coisa que se foi. Mais uma falta.

Nessa hora tive que ir embora. Não dava mais.Fiquei boba, sentimental demais, chorona. Sentindo falta de tudo. Achando tudo ruim.

A canseira e a ressaca da noite anterior ganharam. Tentei mas perdi pra tristeza, pra saudade.

Restou mesmo foi me arrastar mais um tempinho e chegar pelo menos até o show do Ultraje.
Melhor arrastar um bode podendo mandar tudo pro inferno.
Dançar e espalhar palavrões com uma praça lotada melhorou um pouco as coisas.
Ah, e mandar o Kassab tomar no cú. Fechou. Descem as cortinas.
Agora só no ano que vem.

23.4.08

Homenagem aos guerreiros do mundão. Viva São Jorge!


Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

14.4.08

La Mano de Dios




Já que mão na bola, ou qualquer outra irregularidade do mundo só é problema quando não beneficia seu time, aqui vai um salve para o lindo do Adriano.
Aliás, gosto dele porque além de bonito, ele é humilde...
Nada como ter o companheiro Maradona de exemplo a ser seguido...
Só falta ele começar a liderar marchas contra o Bush...
Aí eu me apaixono hehe...

7.4.08

Daruma X Mad Max




Fiquei pensando nesses dias todos na falta que faz a esperança.. No mundo não falta a utilização da palavra em nomes de falsas promessas ou legitimando canalhices... Criança esperança, esperança na educação que trará a redenção (e regeneração) da pátria, esperança no desenvolvimento, esperança de que um dia seremos de 1º mundo... Enfim, a esperança existe na medida em que ela é reivindicada como alimento para o conformismo. É como se a sua única função, fosse acalmar as pessoas que não tem nenhum motivo concreto para ter esperança.

Enfim, esperança sempre me soou como sinônimo de otimismo. E como já diz a máxima: Otimista é o pessimista mal informado. Logo não sou otimista. Logo, não tenho esperança.

Essa premissa é verdadeira, mas não constante e muito menos imutável.

Eu quero ter esperança. Eu juro. No sentido pleno, bonito, sem fatalismos.
Do ponto de vista histórico, não ter esperança, é acreditar no fim da história. É acreditar que o capitalismo é a forma social e econômica final. Que daqui para a frente, só o futuro Mad Max nos espera. Fudeu. A predação e selvageria venceu. O racionalismo estúpido triunfou. Socorro, não vou ter filhos nesse mundo desesperador...

Muito bem. Quem quer um mundo diferente tem que ter esperança. Por isso sinto tanta falta dela em mim.

Busco a esperança sempre. Mesmo que eu não consiga todo o tempo. E mesmo que ao conseguir, em determinados momentos, isso me dê um ar de boba alegre.

Dias atrás comprei um daruma.É um bichinho japonês que vende em toda a esquina no bairro da Liberdade. O bichinho tem dois olhinhos brancos. A idéia é a seguinte: Fazemos um pedido, pintamos um olhinho e deixamos o bicho de gesso inerte exposto em algum lugar bem visível. Quando o pedido se realiza, pintamos o outro olho como forma de agradecimento.

O Daruma é o símbolo da esperança e da perseverança. A lógica é bem simples. Se guardarmos o dito cujo na gaveta, ele perde sua função que é lembrar o desejo. Lembrando, fica mais fácil não esquecer o que a gente quer, do que a gente gosta.

É mais ou menos esse o exercício diário de quem quer ter um pouco de esperança: Não esquecer que ainda existem gostos, desejos e beleza. Se elas forem para o fundo da gaveta, se não ficarem expostas, são esquecidas e não se realizam. Em nenhum momento.

Dessa forma, sei que, na maioria das vezes, são restritas as chances de se pintar os dois olhinhos do Daruma.
Todo o sistema maldito pautado no fim do sonho e na supremacia do mercado sobre o homem, exige todo dia que não pintemos mais nehuma esperança, nenhum olhinho.

Afinal, o que é um desejo, a beleza, as boas coisas que ainda existem, perto da desgraça anunciada que é a permanência do capitalismo?

É um olhinho do Daruma. É só pra gente não esquecer o quer e do que gosta.
É só para gente não perder a esperança de que a história não acabou.