25.12.07

Lembrancas de Natal...

Meio que sem querer, vem sempre na cabeca...




papai noel velho batuta

garotos podres


Papai Noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero mata-lo
Aquele porco capitalista
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Papai Noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero mata-lo
Aquele porco capitalista
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres

Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Pobres
Pobres

Mas nos vamos sequestrá lo
E vamos mata-lo
Por que?

Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal

Por que?

Papai noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero mata-lo
Aquele porco capitalista
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos

20.12.07

" - Como é que nunca viemos a esse lugar?
-É que não prestamos a devida atenção.
- Em nada.
- É verdade."

18.12.07

Para, pelo menos de vez em quando, lembrar de esquecer...

- Está tudo estranho...
- Não... Está tudo igual ao que sempre foi.
- É.

17.12.07

Sobre a melancolia...

"Quando eu penso em escrever, logo me vem algo ligado ao plano da melancolia. Então, pensei por um momento se isso seria vitimização. Se o culto a melancolia seria apenas fonte de inspiração íntima, ou se a melancolia é mesmo algo que me constitui. Afinal, o que é a melancolia senão uma brecha dentro de nós preenchida por um nada que de tão significativo não sabemos o real sentido. Eu não sou melancólico, eu acho. Mas eu trago a melancolia em mim. Dentro de algum lugar, tenho uma brecha preenchida por uma lava branca e inexplicável e que, volta e meia, emerge e me transborda. Na verdade, acho que todos temos. Mas o exercício de investigá-la, na tentativa de entender sobre ela o que representa em nós, ainda que saibamos nunca ser possível atingir tão complexo nível de auto-conhecimeto, nos faz um pouco tristes e maduros. Permitir-se à melancolia é saber reconhecer que ela existe, nos constitui, e é inevitável. A maturidade é pouco isso. Saber dosar parcelas saudáveis de dor sem que elas possam nos tomar por completo o tempo todo. É a busca por saber medir o quanto cada coisa pode e deve nos render de efeito. Mas a maturidade, ainda assim, não pode nos fazer absortos na racionalidade, e esse será mais um limite a ser administrado. Isso está ligado ao lance de que a maturidade não pode nos embrutecer diante dos fenômenos que nos cercam, pois, afinal, poucas são as verdades universais. O amor, por exemplo, é algo que maturidade alguma poderá suprir por completo. Ela poderá até criar um mecanismo de preenchimento sintético para aquela brecha, que temos, destinada ao amor, mas a artificialidade não suprirá a complexidade orgânica. E a falta da prática amorosa nos fará completamente melancólicos, e, logo, pouco maduros. Tenho amores tão grandiosos em mim. E eles ora me fazem mais melancólico, ora me distraem dela." P. Salvetti in: palavra do olhar.

Querido,,, O tempo passa e continuo me lendo em você.

Do cuidar e ser cuidada

"Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem com que homens se comunicam.)"
C.D.A

Às vezes, se passa tanto tempo sozinha, só cuidando da própria vida, que a gente esquece as delicadezas e cuidados com o outro. E como é bom recebê-las também. A gente se acostuma a grosseirice e solidão da existência de tal forma, que cuidado pode parecer uma invasão, um dedão metido na sua privacidade e individualidade.
Então um dia, alguém, depois de muito tempo, te faz um café, forte e amargo como a vida, só que dessa vez para dividir com um chocolate.
Linda vida... De só amarga e forte, para agora, meio amarga, meio doce...

Daí você se lembra... Meu Deus, há quanto tempo ninguém me faz um café...

De vez em quando minha mãe me acorda com um beijinho dizendo...
- Neguinha, acorda, vem tomar café com a mãe.
E reclama depois porque fez o café muito mais forte do que ela gosta, porque é como eu gosto. E diz que meu estômago não vai aguentar muito tempo e que tenho que parar de fumar. E me lembra que ela é minha mãe.
Não um companheiro.

Triste coisa essa de esquecer o carinho. De ficar tão chucra com tudo, de esquecer como se lida com as pessoas, a ponto de ficar com uma vontade enorme de só viver com cavalos. Triste ser ingrata e rude por inabilidade.
Triste chorar por não saber mais falar o que sente. Quando choro é recurso de linguagem.
Por nao conseguir agradecer o café e a companhia.
Por ter tanto medo do outro, pavor de se acostumar com o carinho e, quando perdê-lo, tudo ficar muito pior do que antes.

A ponto de, sinceramente,desejar a solidão, velha conhecida.

Acho que na verdade, eu não desaprendi nada.
Eu nunca soube a linguagem com que os homens se comunicam.


Apesar do esforço....

11.12.07

Primeiro dia em que me senti de férias... Normalmente, semanalmente, a terça- feira é um dia em que falo feito uma radialista louca no breve período entre 9 da manhã e 7 da noite. Saio rouca, mal humorada, não consigo ler... E quanto mais trabalho, mais dá vontade de beber no fim do dia. Nunca consigo ir para casa na terça - feira...
Hoje não... acordei tarde, tomei um café meio esfumaçado demorado, fui até a feira comprar peixe ( e voltei correndo... gosto, mas me atordoa), dormi um pouquinho, li um texto e depois me joguei em um romance que está há um tempo me olhando da prateleira.
"A Dor"- Marguerite Duras. Adoro romances de fundo histórico militante, e esse é biográfico. Principalmente aqueles da série que tem amores entre companheiros comunistas. Esse é outro. Sobre a resistência francesa.
No entanto, depois que a moça sofre metade do livro esperando a volta do seu companheiro preso em um campo de concentração, toda a agonia pós desocupação da França pelos exércitos nazistas, todo o desespero de não saber se o moço está vivo ou não... O que mais me impressionou, foi a segunda parte.
A mocinha quase fofa do começo, tortura violentamente um delator colaborador da Gestapo. Impressionante. Parece outra pessoa. Brava. Sem pena.Com ódio. Dura. Faz o que tem que ser feito e acabou.

Parei na última parte, quando ela começa a se relacionar com outro companheiro. Não consegui.

Não consegui parar de pensar se eu seria capaz de torturar alguém. Mesmo que esse alguém seja um filha da puta. Achava até agora a pouco que tinha uma listinha de pessoas que eu mataria com requintes de crueldade por questões pessoais e políticas sem pestanejar. Já não sei mais.

Se acho tão certo que algumas pessoas não merecem viver (e eu acho), então teoricamente, deveria também ser capaz de executar tal função, com os meios que precisar.
Mas hoje, pensei que nem com todo minha raiva acumulada, eu seria capaz de algo tão violento. Talvez fosse capaz de matar com arsênico, tiro na nuca ou coisa assim. Mas tortura é outra pegada.

Me senti covarde. Não é porque não temos agentes da Gestapo pelas ruas, que vivemos em um mundo muito melhor.
E se o caos chegar? E se eu precisasse pegar em uma arma? Ou pior: ter nas mãos alguém que sabe e precisa falar.
Por agora, tudo bobagem da minha cabecinha que vive um pouco no mundo de agora, um pouco no mundo da literatura .

Mas e se fosse uma guerrilha? Será que eu pediria para ficar só na ala da enfermagem?

2.12.07

Muito bem... Agora foi...
Corinthians na segundona... Justamente durante o jogo, muita gente a minha volta sofrendo e outros comemorando. Isso porque o Timão não admite meio termo, ele é meio como o Maluf. Ou se vota sempre, ou não se vota nem para síndico.
Enfim, vi até o Rubão, um puta negão gigante, chorandinho de canto. Bom, nessa, eu e um companheiro resolvemos criar algumas justificativas para aqueles chatos, principalmente são paulinos e palmeirenses que vão passar o ano enchendo o saco...

- Vai ser muito legal dar rolê pelo interior... Jogar contra times tradicionais e injustamente pouco reconhecidos como o Ipatinga, o Ponte Preta, o Ituano. Quer dizer, o Ituano não porque ele foi para a terceira.
- Se continuarmos assim, logo, logo, poderemos ir fazer um churrasco em Piedade e assistir o Corinthians jogar contra o glorioso Caveira dos Anjos.
- Primeira divisão é pra burguês que gosta de espetáculo. Legal é time de várzea, segundona... Tipo o grande "Bem Bolado" do Parque Edu Chaves...
- Os pais que torcem para times diferentes, tipo pai corinthiano e mãe santista, agora não precisam mais disputar: Torce para um de primeira divisão, e um de segunda, ué!
- A Globo não tem mais o público da Gaviões garantido. Se quiser, agora vai ter que transmitir de Marília.
- Os ingressos são mais baratos.
- O futebol da série B, por serem times considerados de menor importância, são menos visados pela máfia da Cartolagem.

E principalmente: Agora eu quero ver quem é quem. Na hora da merda é que dá pra ver quem é corinthiano mesmo.
Gostar do que está em alta é fácil... Quero ver ser leal nas dificuldades e fudidas. Esses geralmente são os momentos mais fortemente registrados na trajetória...
E como será que vamos lembrar disso?