12.4.07

Eu X Cidade

Eu queria falar mais sobre o amor, contar sobre os livros que estou lendo, falar mais ainda de amor, ser malvada com a ilustre academia e mais especificamente com o Departamento de puxa-sacos históricos (deveriam ser historiadores?), ver mais meus amigos... contar para um casal muito bonito e que foram os melhores vizinhos de rua e de companheirismo nos perrengues da vida, que eu sinto muita falta do café prolongado e filosófico de todo dia, queria falar da vida, queria falar do ponto de ônibus, queria postar minhas angústias e retratar, em poucas linhas, como é bom uma paixão para deixar tudo isso aqui menos feio. Queria também contar das peripécias dos meus gatinhos lindos que agora já são adolescentes e comemoraram 1 aninho de preta e linda existência. Queria tentar discutir a imensa loucura que é uma grande favela de lona preta criada em Itapecerica da Serra, para quê existe? Mas então, não deveria existir? Não sei... tantas dúvidas, tantas coisas, tantas postagens que passam pela cabeça e eu não escrevo.....
Mas agora não dá, virei a louquinha que corre o dia todo, que faz 30 coisas ao mesmo tempo e que ainda gosta de tomar uma para esquecer que se esqueceu dela mesma....
Agora não dá...virei a cidade, tenho o ritmo da cidade, a cidade me engoliu....
Pois bem, a partir de agora portanto, vou brigar com ela. Talvez eu não ganhe a guerra agora. Mas estou preparando a terra arrasada, para que da próxima vez, ela, quando me invadir, não encontre nada que possa lhe corresponder na frieza de sua existência. Eu não serei mais como ela.
E ela, quando chegar, desapontada, irá perceber que não há mais nada a fazer ali. Que eu fui embora. Que fugi para a tranquilidade. E se sentirá usada, como eu me sinto agora. E eu, estarei do outro lado, dando risada de sua decadência.
Hoje ela me engoliu. Eu deixei. Eu quis.
Amanhã, se tudo der certo, eu dou o troco.

2 comentários:

Feliz disse...

meio mutante. adorei.

Anônimo disse...

Muita saudade também dos cafés filosóficos prolongados.
Saudade também dos pequenos... conta sim histórias deles, conta...

Beijão,

Aline