17.12.08

O beijo

Nas leituras aleatórias de Manuel Bandeira que me alegram o dia e me aconselham como um tarô, essa foi a poesia do dia. A saudade que na noite ébria me apavorou veio no outro dia me dizer que o que foi bonito já existe, já é meu e agora pode ser guardado na paz das minhas lembranças...

Quando a moça lhe estendeu a boca
(A idade da inocência tinha voltado,
Já não havia na árvore maçãs envenenadas),
Ele sentiu, pela primeira vez, que a vida era um dom fácil
De insuportáveis possibilidades.

Ai dele!
Tudo fora pura ilusão daquele beijo.
Tudo tornou a ser cativeiro, inquietação, perplexidade:

- No mundo só havia de verdadeiramente livre aquele beijo.

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