7.12.09

Porque as mudanças são necessárias...

Sofro muito com mudanças... meu espírito, meu signo, minha preguiça... Tudo se acomoda facilmente e tem preguiça de começar de novo. Mas existem certas horinhas que mudança vira sinônimo de sobrevivência. Drástico assim: Ou mudo e começo de novo, ou morro. Não mudar quando é evidente ser mais do que necessário, é esquecer quem somos e do que gostamos. Se adequar ao que está ruim por medo, insegurança do que pode vir pela frente, faz com que a sensação de que o mundo é ruim e muito maior do que gente fique forte a ponto de anular qualquer essência. Estou com medo de todas as mudanças que estão chegando. Talvez apavorada seja a palavra. Mas não tô nem aí... Se tudo der errado é porque tenho que tentar outro caminho.E tentar quantas vezes forem necessárias até alguma coisa me agradar de verdade. Resolução: Diminuir ao máximo situações e pessoas que me deixam infeliz. Esse é o projeto que caminha a passos largos....

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia - a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la -, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A idéia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas e agora? estarei mais livre?

(A paixão segundo G.H., Clarice Lispector)


Acho que a parceira Clarice deu a dica, muito bem lembrada pela companheira Japa dia desses...
E segue a vida... Que não é filme!

7 comentários:

Unknown disse...

Mal sabe você o quanto isso tudo é o que eu tô vivendo agora. Quero te contar uma hora dessas, com tempo.
Mas descobri por aí que a vida não é filme, não, mas ela é uma mentira. no bom sentido, acho. Porque a gente deve inventar a vida do jeito que for melhor ou mais suportável de se viver. Vou tentando. Vamos?

Unknown disse...

ah, quem escreveu isso foi a Raquel! A Lorena tava usando o computador...

strl disse...

Querida Cath,

Olhar de moça..., coragem de samurai!
Não precisa de certezas, só de coragem. O Hagarure (o "Livro do Samurai") concorda: "sem a coragem, a melhor técnica da espada é um acessório inútil".

Bjs

strl disse...

Ops, Hagakure!

Lia Kayano Morais disse...

só não se esqueça que onde quer que você esteja, você estará lá... e eu também...

Anônimo disse...
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Cathola disse...
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