23.11.07

Como a noite descesse...


Como a noite descesse e eu me sentisse só, só e desesperado diante dos horizontes que se fechavam
gritei alto, bem alto: ó doce e incorruptível Aurora! e vi logo
só as estrelas é que me entenderiam.

Era preciso esperar que o próprio passado desaparecesse,
ou então voltar à infância.
Onde, entretanto, quem me dissesse
ao coração trêmulo:
- É por aqui!

Onde, entretanto, quem me dissesse
ao espírito cego:
- Renasceste: liberta-te!

Se eu estava só, só e desesperado,
por que gritar tão alto?
Por que não dizer baixinho, como quem reza:
- Ó doce e incorruptível Aurora...

se só as estrelas é que me entenderiam?

Sobe
Emilio Moura

2 comentários:

Paulo Salvetti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Salvetti disse...

Oi meu docinho de côco, digo assim que é para te sentires acalentada por mim. Tudo que eu queria as vezes era ter você perto de mim, pena que não. Li você dizendo do tempo em que a gente se enxergava e pensei o quão cruel e paradoxal é essa vida. Uma busca sem fim...
Adoro ler seus textos. Bem as vezes tenho escrito umas coisinhas sobre mim e sobre imagens, olha lá: http://paulosalvetti.zip.net/
Beijos, te amo