19.11.07


O Silêncio

Na sombra cúmplice do quarto,
Ao contacto das minhas mãos lentas
A substância da tua carne
Era a mesma que a do silêncio.
Do silêncio musical, cheio
De sentido místico e grave,
Ferindo a alma de um enleio
Mortalmente agudo e suave.
Ah, tão suave e tão agudo!
Parecia que a morte vinha…
Era o silêncio que diz tudo
O que a intuição mal advinha.
É o silêncio da tua carne.
da tua carne de âmbar, nua,
Quase a espiritualizar-se
Na aspiração de mais ternura.


Dá-lhe grande amigo Bandeira...

Fiquei encanada com esse quadro (O Beijo- Gustav Klimt)... Aparece no filme "El passado". Bem bonito o quadro e o filme. O quadro inspira aquela vontade de viver tudo, loucamente. Mas o filme te deixa com a sensação de que o presente tem um custo: Ele se torna seu passado. E quando fizer parte do seu passado, não tem mais jeito porque, mesmo que só na memória, não nos livramos mais dele... Uma hora ou outra, o passado se faz presente.


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