10.1.08

Convite

Lya Luft


Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.


E no meio das trapalhadas e desventuras da vida, cultivar os pequenos gostinhos de viver, torna-se quase um alívio frente a tantos desencontros. Encontrar outros tipos de encontro.

Dentre esses prazeres que deixam a vida menos árida, encontrar gente bacana que escreve bem é um dos que mais me contentam. Mais uma dos queridos amigos que mesmo longe estão perto. Mais uma para lembrar o quanto as pessoas são bonitas e podem nos acrescentar na existência. Assim, me contaram dessa moça de cabelos já branquinhos chamada Lya Luft, contista, poetisa, romancista e sobretudo mulher. E agora, tenho um lindo romance para me fazer companhia por mais uns dias.


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